A crença de que estamos neste mundo mas não somos deste mundo.
A preleção sobre Metafísica, evita a importância ética de falar sobre o nada e a noite.
O bem é apenas o bem do mal. Como superar a noite e reencontrar o caminho para o dia. Tendência do "dasein" de esconder o abismo do nada que tem à sua frente, embalando-o em falsa segurança e proteção. A angústia dorme, diz ele. É preciso ter atravessado a angústia antes de ter força para se libertar dos ídolos que todos temos e para junto dos quais costumamos esgueirar-nos.
O problema do homem moderno é que faz da noite dia, assim como compreende o dia, como continuação de uma atividade e de um tumulto.
*A melhor resposta para a alta traição do espírito contra a vida é a alta traição do espírito contra o espírito.
Apenas a coragem para o nada. A liberdade sempre tem que voltar a ser libertação.
Se o "dasein" tem dois atos: a noite da qual ele brota e o dia que supera a noite, Cassirer dirige sua atenção para o segundo ato, portanto o dia da cultura; Heidegger porém quer o primeiro ato, ele contempla a noite da qual nos originamos. Seu pensar fixava aquele nada do qual um algo se destaca. Um volta-se para o originado, outro para a origem. Um lida com a casa da criação humana, outro insiste fascinado diante do mistério abismal da "creatio ex nihilo", que se renova constantemente quando o ser humano desperta para a consciência do seu existir.
"Sweet hours have perished here;
This is a mighty room;
Within its precincts hopes have played,
Now shadows in the tomb".
(Emily Dickinson)