Salta, la linda

Os dias passados no Norte Argentino foram maravilhosos. Descobertas, surpresas, aventuras, sabores, prazeres, cultura, folclores.
A cidade é bem populosa e seu povo é bastante acolhedor.
A história, o passado, os ritos, tudo está representado nos mais diversos detalhes. Prédios antigos, calçadas estreitas, bons vinhos com preços acessíveis, ótima estrutura em hotéis, bares e restaurantes. Salta é surpreendente e quanto mais caminhamos por suas ruas sentimos a emoção de estar em tal lugar com tanta aura e poesia.
Terei o prazer de relembrar alguns desses momentos aqui como uma forma de lembrança, de registro para uma próxima vez (que não deverá tardar) e também com o desejo de contribuir e estimular aos amigos desbravadores a conhecerem essa pequena região inigualável e totalmente singular.


A Igreja e Museu de San Francisco é uma obra de arte. Provavelmente esse templo franciscano de 1796 é o mais importante e elaborado de Salta. A decoração teve especial participação do conhecido arquiteto italiano Luis Giorgi. Infelizmente mas compreensível e necessário, não se pode fotografar dentro do prédio que é belíssimo. O Museu conta com diversas obras de arte e peças de coleções únicas.


 É costume em todos os restaurantes os "cobiertos". São cestinhas com pães servidos antes do prato principal. A qualidade é variável de acordo com o local. Sempre vem acompanhado por um molho, neste caso um creme de queijo e rúcula e tomates com pimenta. Diferente de Buenos Aires não há necessidade de deixar uma quantia a mais para os atendentes.
Esse local fica na "Plaza 9 de Julio", região central. Foi bom mas não recomendável. Mas a necessidade de almoçar e a falta de conhecimento nesse primeiro dia nos fez escolher o mais acessível do caminho.

 
Escolhemos a sugestão do restaurante - torta com filetto e lazanha de frango. Bom.
O destaque fica para os vinhos. Os torrontés e malbecs são os principais expoentes da região. Para o almoço, um branco é mais leve e não "pesa" na disposição para o restante do dia.


Existem muitos hotéis e pousadas com distintos preços e qualidade. Depois de alguma pesquisa, optamos pelo Mora Loft. Após conhecer o custo total dos demais locais, aqui encontramos a qualidade buscada em um lugar amplo e confortável. O apartamento fica na Caseros, a quatro quadras do centrinho principal. São poucos quartos nesse empreendimento recente e familiar. Esposa, marido e um casal de filhos são os responsáveis pelo do local. Sempre encontramos alguém da família na recepção. Todos incrívelmente simpáticos. Destaque para a anfitriã Patrícia. Café servido no apartamento. Toda a informação solicitada era respondida com muita atenção e empenho.





Uma grande dica para desfrutar da típica noite saltenha é o Restaurante "Doña Salta" - um dos mais característicos da cidade. É amplo, confortável, rústico, bem decorado e oferece alguns dos típicos pratos de sua cultura. Apenas vale lembrar que aqui não é proibido "fumar" em bares e restaurantes, assim deve-se escolher área para não fumantes ou escolher outro recanto. Jantar com fumaça ninguém merece. Tudo tem seu tempo e lugar adequado.



Curioso é que a cidade conta com centenas de laranjeiras em suas calçadas. Achei estranho nunca ver alguém colhendo uma dessas lindas frutas. Ao indagar um citadino descobri que são frutas especiais para doces. É muito bom se todas as cidades contassem com frutíferas em seus caminhos.

"Cerro San Bernardo"
Você pode subir até o belo parque no cume do morro por um teleférico ou por um caminho sinuoso destinado aos veículos. A bela vista da cidade fica a uma altura de 269m. 

Uma paz muito grande acompanha este recanto. Sensação de gradiosidades. 








Na volta, não foi possível deixar de registrar esse rústico automóvel, típico nas ruas de Salta.

Este é o Convento de San Bernardo. É a mais antiga construção religiosa local - concluído no final do século XVI. Na verdade, toda a cidade se destaca do resto do país por seu estilo hispano.   



Pra quem gosta de opções em bares e restaurantes o ponto principal é o "Paseo Balcarse". Trata-se de uma rua inteira destinada apenas aos prazeres da carne. Principalmente à noite, suas calçadas ficam repletas de transeuntes, mesas na calçada e variados shows com apresentações locais.   
Almoçamos no "El café del tiempo".



Este é o "tamales", uma sugestão bastante típica como entrada. É muito parecido com a "humitas", mas possui recheio de carne.

Já a humita se parece com a nossa pamonha, porém pode ser bem mais condimentada e recheada com queijo.



Para sobremesa, "Manzanas ao horno". 

Lá fora, maçãs doces enfeitam muitas calçadas. 

Paisagens da sacada do hotel.



Homenagem à bandeira.

"Las peñas gauchas" parecem ser o ponto alto das atrações culturais da cidade. Terra de folclores, Salta significa na lingua aimara "el lugar de las peñas". Lá surgiram grandes grupos musicais e cantores que buscam retratar o canto do Noroeste. As canções e as danças populares refletem o orgulho pela influência autóctone.  


A seguir, a grande dica pra quem deseja realmente conhecer e se aventurar com liberdade pela natureza é alugar um carro. O passeio fica bem mais em conta do que seguir com um grupo por agência de turismo.
De Salta, partimos para Cafayate pela rota 40. São 157 km chegando a uma altura de 2.280 metros. Parece perto, mas a quantidade de montanhas, estradas sinuosas e constantes paradas exigem um bom desprendimento de tempo para o trajeto.