Seu trabalho têm aproximações com a literatura e música.
No site www.jorgemacchi.com é possível conferir grande parte de sua produção.
Entre tantas possibilidades, selecionei a obra abaixo pelo poder impactante ao olhar indagador.
Ele provoca à reflexão através de objetos comuns que, retirados de seu contexto, adquirem densa profundidade emocional.
Nas palavras de Gabriel Pérez Barreiro: “Esses objetos passam por um processo de desfamiliarização a ponto do óbvio tornar-se extraordinário”.
"Un charco de sangre", é mais um trabalho que utiliza o recurso de histórias recortadas de jornais - assim como "Cuerpo sin vida" (2007), entre outros.
Imagina o artista pesquisando diariamente as manchetes em destaque relacionados com tragédias. Seleciona. Recorta linha por linha e depois as organiza por repetição. Neste, as linhas coladas convergem para um ponto central, onde se unem no ponto exato do clichê jornalístico “uma poça de sangue.”
Esteve em Porto Alegre na 6 Bienal do Mercosul.
Infelizmente apenas encontrei imagens com as bordas cortadas. Mantendo à distância, as ramificações lembram um animal marinho - uma medusa, talvez.
Vemos movimento, leveza.
Vemos movimento, leveza.
Mas quando chegamos perto, ao passo de ler as frases, peso e desconforto.
Fragilidade da vida.
Ausência.
Fantasmas são ordenados numa matéria simples e cotidiana.
Aqui, o caos está em ordem.