Meu gatinho Dudu












Ficha física e psicológica.

Seis anos e oito meses. Castrado. Desocupado profissionalmente. Muito bonito, exibiu por dois anos suas formas no Edifício dos Vinhedos em Porto Alegre. Tem formas elegantes. Pêlo alto, creme, macio e sedoso. Olhos cor de mel. Muito caprichoso. Banhava-se diversas vezes ao dia. Também tem banheiro próprio.

Em geral, realiza poucos gestos. É calmo. Mas gostava de exercitar-se em dias frescos no terraço de sua morada. Não demonstra muitos sentimentos. Não gosta de colo e de sentir-se preso. Porém, sempre foi muito companheiro. Gosta de ficar perto dos conhecidos, mas repudia os estranhos.

Esporadicamente ronrona e acaricia aos humanos, roçando-se num vai e vem intermitente.

Gosta de caixas de papelão, apreciando sua variedade. Com o tempo se cansa do modelo e alegra-se com as novidades. Também é um grande apreciador de fios, rolhas e bolinhas.

Humor estável. Gosta de uma briguinha com os amigos de vez em quando. Nenhuma relação social fora a família humana.

Só gosta de Caty Show peru com vegetais. Também adora mamão maduro e fresco (papaya de preferência). Além disso, varia o cardápio com pequenos petiscos como insetos, borboletas da noite e cascudos. De vez em quando mastiga folhas verdes.

Aprecia dias frescos, sombra e silêncio. Estrondos fortes o assustam.

Sua origem vem de uma mescla de raças criadas pela Morgana (chefe de Simone que é a esposa de Alex).

Foi avaliado aparentemente como um persa e não admira seus companheiros de espécie.

Sempre foi um grande amigüinho, especial e singular.

Um dia, inesperadamente, numa noite de calor, o estimado gato Dudu despenca de quarto andar de sua morada. Pata quebrada, dor, susto, horror.

Hoje ele mora numa casa no campo. Uma vez a cada dois meses passo um final de semana com ele. Levo coisinhas boas e ele continua sendo muito atencioso. Caminha longe. Às vezes surge com seres exóticos que encontrou pelo caminho. Agora ele já tem um desejo gastronômico mais amplo. Gosta de franguinho desfiado (peito de preferência) e um leite morninho antes do merecido repouso.

Tenho a honra ainda de ser surpreendida, muitas vezes, com sua presença nos pés da cama - o que me alegra muito. Ele vai e vem. Sempre tem uma janela aberta na casa para que ele usuflua livremente de seu direito de ser livre.

Penso que ele é bem feliz.

E eu também por vê-lo bem.

Algumas vezes, é melhor que seja assim.