Feriado também lembra cinema. Filas. Salas lotadas. Multidões. Celular que não para. Ruídos de pipocas e balinhas. Mas é uma boa atração pra quem deseja quebrar a rotina.
Bem bonitinho o filme acima. Pelo menos foi possível assistir toda a história sem olhar para o relógio. Teve partes engraçadas e outras nem tanto. Mas um bom entretenimento que vale o tempo previsto.
George (Colin Firth) é gago desde a infância. Este é um sério problema para um integrante da realeza britânica, que frequentemente precisa fazer discursos. George procurou diversos médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. Quando sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), o leva até Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta de método pouco convencional, George está desesperançoso. Lionel se coloca de igual para igual com George e atua também como seu psicólogo. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação de seu irmão David (Guy Pearce).
O que marcou de forma mais intensa na observação dos personagens foi o valor da diferença. Não importa quem você é ou o tamanho de seu sucesso e glória. O mérito está em ser alguma coisa, mesmo que pequena, mas que seja especial. Não ser nada é ser como uma grande parede em branco. Pode-se ainda preenchê-la, esta é a vantagem, e estar aberto a todas possibilidades. Ou então, já expressar as tintas que dão o tom de suas escolhas (de quem você é). No caso, os personagens principais descobriram que cada um tinha uma qualidade que o segundo desejava. Foi assim que ambos passaram a participar ativamente da vida do outro e acabaram como grandes amigos.
Na existência fora da tela também é assim, sempre há uma troca. Buscamos no diverso aquilo admiramos e que, muitas vezes, nos é deficiente. Eis a beleza da simbiose.