Antirrestaurante em Porto Alegre


Reportagem na ZH de hoje.
Parabéns ao amigo Luiz!!!

MAS O QUE É MESMO UM ANTIRRESTAURANTE?

E O MESA DE SAN MIGUEL?

Um antirrestaurante é um lugar transgressor. Porque funciona eventualmente, ou seja, não possui dias fixos para fornecer o serviço de restauração. Mas, também porque quando abre, possui hora para começar a refeição. Assim, todos os convivas devem chegar mais ou menos juntos, pois a refeição será servida para todos, sendo indelicado deixar os outros (ou a comida) esperando por. A pontualidade não é difícil, pois o número de pessoas atendidas é sempre muito restrito. Neste caso, entre 12 e 14 pessoas. Aliás, o serviço começa na hora marcada, ele não espera pelos retardatários.

Um antirrestaurante, por outro lado, também transgride porque não tem cardápio (é o menu que pode variar de uma reunião para outra). O menu é apresentado neste blog e quem se interessar adere a ele, ao dia e à hora marcados. Assim, não existem opções ao que foi preparado (em um restaurante sempre se pode pinçar alguma outra coisa no cardápio, no anti, não, pois neste caso, ele – o cardápio, ou seja, as outras opções – não existem). Evidentemente não se trabalha com congelados.

Também não há garçom, pois o conviva traz sua própria bebida, bem como manipula o saca-rolha. Isto comunica uma grande liberdade ao hóspede, pois pode beber o que lhe apetecer: ao paladar e ao bolso (também não se cobra pela rolha). No que tange à coberta de mesa: toalhas, guardanapos, taças, talheres, não precisa ser homogênea. São mais transgressões.

E dado não ser um restaurante normal que pode estocar comida, congelar, etc., tudo o que não for consumido durante o evento precisa ser descartado: um lamentável desperdício. Assim, como é muito frequente as pessoas reservarem e não comparecerem (um traço perverso da cultura nacional) e sendo uma casa que trabalha com poucos lugares (somente um ou outro dia no mês), então, cobra-se adiantado. Este é o nosso caso, claro!

E isto encerra a lista de transgressões, ou seja, a lista das negações em relação a um restaurante convencional.

Então…

São propostos dois tipos de eventos:
Um grupo fechado de pessoas (entre 12 e 14) combina um dia com a administração da casa, aderindo ao menu do mês, e faz o depósito correspondente (com o mínimo de 10 dias de antecedência).
É anunciada uma refeição no blog, com menu, dia e hora. As pessoas aderem através de inscrição-reserva pelo e-mail. Uma vez que a cota mínima seja atingida, os inscritos são avisados e fazem o depósito que confirma a reserva (com o mínimo de 10 dias de antecedência).

Em ambos os casos (1 e 2), confirmada a reserva, os convivas recebem o endereço do antirrestaurante em Porto Alegre, por e-mail.

Os convivas devem trazer seus vinhos, sem pagar rolha, uma vez que a casa não fornece serviço de garçom. Há somente água de qualidade e algum vago apoio na sala. Os hóspedes se servem sem cerimônias, cuidam da sua vida e ficam à vontade. As travessas com as preparações são colocadas no centro das duas mesas e as pessoas providenciam na sua partilha, tal como há algum tempo atrás, quando nas casas de classe média já não haviam mais serviçais (muito menos escravos). Ah! Também não existem escravos-manobristas, pois há muito espaço para estacionar.