Escolher é refazer. Palavras são soltas. Pensamentos são expressos. Gestos são construídos. O que é a vida além das escolhas? Primar então, pelo melhor, é buscar ultrapassar o simplesmente simplório. Almejar o além, uma transmutação, crisalidar. Reunir o que se admira. A arte maior está em fazer da própria existência algo único. Alma incandescente que aspira por uma obra maior. "A VIDA É CURTA DEMAIS PARA SER PEQUENA" (Disraeli)
Artinha...
E assim começa a história da moça mulher.
Minhas mãos estão grossas. O polegar direito exibe um inchaço causado pelo esteco. As esculturas também estão lá.
Agora, dormem.
Aguardam o tempo...
Logo, estarão secas.
Queimam. E voltam. Mais fortes.
Depois, coloco a cor.
Olho os detalhes.
E mais uma vez, vem o tempo da secagem.
Pronto.
São dois olhos a percorrer os lugares - os meus - ou são olhos outros?
Já não sei a diferença.
Aonde colocá-la?
Essa casa já parece um queijo suiço!
A parede está tranquila.
Estranhamente ela não parece lamentar a solidão.
Mas aqueles olhos famintos logo encontraram um espaço possível.
A parede não se alimenta mais de quadros - quer mais.
Ou não.
Mas que seja grande.
Distinto.
Que valha a presença...
Será um fim?
Ou um início?
Porquê dessa insatisfação com uma arte que não se sabe insatisfeita?