Um filme de Lars von Trier, 2000
É um grande drama. Apesar da comovente história, o musical nos mostra que um fato inesperado pode ter seu efeito amenizado quando a arte faz parte da construção. Selma Jezkova (Björk) é mãe-solteira tcheca que foi morar nos Estados Unidos. Ela tem uma doença hereditária que a faz perder a visão, algo que também deverá acontecer um dia a seu filho Gene (Vladan Kostig), um garoto de doze anos. Entretanto, sabendo que existem médicos nos Estados Unidos que podem operar Gene ela parte com a resolução de salvar o filho de seu destino. Trabalhando duro, guarda tudo o que ganha para a cirurgia. Bill (David Morse) e Linda (Cara Seymour), seus vizinhos, juntamente com Kathy (Catherine Deneuve), uma colega de fábrica, a ajudam no que é possível, mas quando Bill se vê em dificuldades financeiras rouba o dinheiro que Selma tinha economizado duramente. Este roubo é o ponto de partida para trágicos acontecimentos.
Selma é encantadora, terna. Trabalha o dia inteiro numa fábrica de peças, cuida do filho, e ainda faz teatro durante a noite. Apaixonada por música. Os mais variados sons transformam-se em realidade musical em seus sonhos.
É notável a amizade de Kathy "Cvalda" tirando Selma de devaneios perigosos que a colocam em risco no trabalho.
Muitas vezes o musical entra em cena de imediato, criando um certo desconforto, mas é preciso compreender que tudo são construções mentais de Selma. Segundo ela, nas situações difíceis é que surgem essas fugas que a fazem revigorar.
A distinta forma de filmagem (assim como nos demais filmes desse diretor) deixa uma sensação de proximidade. É como assistir a uma antiga fita de família.
Fortes memórias de uma vida apaixonada capaz de tudo para proteger o filho, a amizade e uma promessa.
Selma manteve a palavra mesmo sabendo que a morte a esperava. Mas no fim, o que fica, é a beleza e a distinção de alguém que foi forte o suficiente pra manter uma decisão até o fim.
A paixão de Jeff por Selma é de arrepiar. Mesmo sendo rejeitado, Jeff faz tudo para ajudá-la e ficar sempre por perto.
Bárbaro.
Tudo isso alcança maior destaque quando sabemos que toda trilha do filme foi criada por Björk (que além da linda voz, mostrou também muita competência como atriz).
Outros filmes igualmente desconcertantes de Lars von Trier já bem conhecidos são Melancholia e Dogville.
I've seen it all
Musical entre Selma e Jeff:
Eu Já Vi de Tudo
Eu já vi de tudo, eu já vi as árvores
Eu já vi as folhas de salgueiro dançando ao vento
Eu já vi um homem ser morto pelo seu melhor amigo
E vidas que acabaram antes mesmo de começar
Eu já vi o que fui e já sei o que serei
Eu já vi de tudo, não há mais nada para ver
Você não viu elefantes, reis nem o Peru
Eu já vi as folhas de salgueiro dançando ao vento
Eu já vi um homem ser morto pelo seu melhor amigo
E vidas que acabaram antes mesmo de começar
Eu já vi o que fui e já sei o que serei
Eu já vi de tudo, não há mais nada para ver
Você não viu elefantes, reis nem o Peru
Fico feliz em dizer que tinha coisas melhores a fazer
E a China? Você já viu a Grande Muralha?
Toda parede é boa se não deixa o telhado cair
E o homem com quem casará?
A casa onde irão viver?
Pra ser franca, eu não me importo
Você nunca foi às cataratas do Niágara?
Eu já vi água. É água, só isso.
A Torre Eiffel, o Empire State?
Meu pulso estava igualmente alto no meu primeiro encontro
A mão do seu neto enquanto ele brinca com seu cabelo?
Pra ser franca, eu não me importo
Eu já vi de tudo, eu já vi a escuridão
Eu já vi o brilho de uma pequena faísca
Eu já vi o que eu optei por ver e já vi o que precisava
Isso é o suficiente, querer mais seria ganância
Eu já vi o que fui e já sei o que serei
Eu já vi de tudo, não há nada mais para ver
Você já viu de tudo, e de tudo você já viu
Você pode rever na sua própria telinha
O claro e o escuro, o grande e o pequeno
Tenha em vista que você não precisa de mais nada
Você viu o que foi e já sabe o que será
Você já viu de tudo, não há mais nada para ver.
E a China? Você já viu a Grande Muralha?
Toda parede é boa se não deixa o telhado cair
E o homem com quem casará?
A casa onde irão viver?
Pra ser franca, eu não me importo
Você nunca foi às cataratas do Niágara?
Eu já vi água. É água, só isso.
A Torre Eiffel, o Empire State?
Meu pulso estava igualmente alto no meu primeiro encontro
A mão do seu neto enquanto ele brinca com seu cabelo?
Pra ser franca, eu não me importo
Eu já vi de tudo, eu já vi a escuridão
Eu já vi o brilho de uma pequena faísca
Eu já vi o que eu optei por ver e já vi o que precisava
Isso é o suficiente, querer mais seria ganância
Eu já vi o que fui e já sei o que serei
Eu já vi de tudo, não há nada mais para ver
Você já viu de tudo, e de tudo você já viu
Você pode rever na sua própria telinha
O claro e o escuro, o grande e o pequeno
Tenha em vista que você não precisa de mais nada
Você viu o que foi e já sabe o que será
Você já viu de tudo, não há mais nada para ver.