"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo"
Mais um filme profundo e comovente que nos faz refletir sobre as decisões pessoais e suas consequencias. A obra é uma dramatização da vida do escritor russo Lev Nikoláievich Tolstoi (1828 - 1910). Também encontramos em diversos textos o nome Leo Tolstoy.
Tolstoy foi um marido devotado e apaixonado, porém seus ideais vinham em primeiro lugar. Sofia iniciou sua relação com o pensador como secretária, chegando a transcrever, à mão, o longo romance "Guerra e Paz" seis vezes.
Após cinquenta anos de casamento, nos turbulentos últimos anos de sua vida, Leo Tolstoy (Christopher Plummer) se vê dividido entre sua doutrina da pobreza e da castidade e de sua enorme riqueza, seus 13 filhos e uma vida de hedonismo.
O escritor foi um pacifista e um grande crítico das ações do governo e da igreja. Para ele, a vida deveria ser mais simples e próxima a natureza - "a felicidade é estar com a Natureza, ver a Natureza e conversar com ela".
Outra citação: "Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas".
Os conflitos em família ainda ficaram mais pungentes no final de sua vida. Através de um testamento, Tolstoy doava todos os bens, algo inaceitável para esposa e a relação entre ambos tornou-se insuportável.
Ele decide sair de casa em uma viagem, mas seu estado de saúde precário o impede de seguir adiante, fazendo-o acreditar que está morrendo sozinho.
Recebeu duas indicações ao Oscar de Melhor Atriz (Helen Mirren), Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Plummer) e cinco indicações para o Spirit Awards, inclusive filme, direção e roteiro.
Entre suas obras mais famosas estão Anna Karenina, que trata do caso extra-conjugal da personagem que dá título à obra, uma aristocrata da Rússia Czarista que, a despeito de parecer ter tudo (beleza, riqueza, popularidade e um filho amado), sente-se vazia até encontrar o impetuoso oficial Conde Vronski. Esta obra também possui uma versão cinematográfica.
E Guerra e Paz, que conta a história de cinco famílias aristocráticas e o vínculo de suas vidas pessoais com a História de 1805–1813, principalmente com a invasão da Rússia por Napoleão em 1812. Tolstoy nega sistematicamente a seus personagens qualquer livre arbítrio significativo: o curso da história tanto pode determinar a felicidade quanto a tragédia.
Não tem como não se emocionar com o filme e a vida desse grande pensador.
"Não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal"