Curso de Culinária Tailandesa

Um momento estético e contemplativo

Acabei de chegar de um curso bem interessante sob os domínios do chef Luciano Lunkes. Jovial, enérgico e prático o chef demonstrou com aptidão algumas das delícias picantes que caracterizam os sabores tailandeses.
Preparamos *Crepes Tailandeses - à base de farinha de arroz e milho, recheados com camarão e porco, broto de feijão e cogumelos shiitake, servidos com um molho apimentado de castanha de caju e gengibre.
O agradável contraste de texturas é um dos fatores marcantes dessa receita.
*Kai Yaang - frango marinado e grelhado servido com uma salada refrescante de repolho, amendoim, coentro e hortelã e vinagrete de tom ka e açúcar de palmeira.
*Tom Kha Talay - o Tom ka talay difere dos outros curries porque, ao invés de servi-lo com arroz, ele é servido com massa de arroz que é cozida e fervida dentro do próprio curry. Achei muito delicioso.
Se alguém quiser a receita será um prazer compartilhar.
A aula, apesar de ter começado com algum atraso, foi bem interessante. Os pratos são bem complexos no sentido que exigem diversos ingredientes. Mas vale a pena!
Além disso, nesses encontros, até pode ser mais interessante aqueles pequenos detalhes que acabamos por aprender. Coisinhas simples, mas que podem transformar uma refeição. Conheci hoje muitos temperos diferenciados. Aromas circulavam pelas mesas. Aprendi que o molho de peixe é na verdade composto por anchovas e sal que ficam marinando por semanas em tanques. O chef comentou que o cheiro é muito forte e até mesmo desagradável. Realmente ele tinha razão. Mas parece que esse tempero é o responsável por um toque todo especial ao prato e é bastante utilizado. Pra mim, lembrou o aroma de queijos bem fortes como o gorgonzola e o roquefort. Também experimentei uma pasta de camarão que tem a mesma dimensão olfativa, porém um pouco mais suave.
Na verdade, uma receita é só uma receita. É importante. Em alguns casos, é fundamental. Mas nada como criar, ter a capacidade de distinguir e perceber as combinações. Mesmo seguindo uma receita sempre é importante ir provando, o tempo todo. Cada um tem um gosto e quer agradar a um determinado paladar. Alguns apreciam mais pimentas. Outros são mais amenos em relação aos condimentos. Acredito na adaptação. Naquela capacidade inventiva.
O interessante nessas receitas é que praticamente não se usou o sal. O molho de peixe ficou responsável por equilibrar os elementos.
A culinária tailandesa tem como marca principal a utilização de diversos temperos, como tomilho, curry amarelo, pimentas, coentro, cardamomo e mais. Pra quem aprecia um sabor exótico, forte e ao mesmo tempo adocicado vai se deliciar com esses pratos.
Luciano Lunkes foi um bom professor. Quem desejar mais informações sobre ele pode acessar   http://www.lucianolunkes.com.br/ ou ainda conferir diversas receitas e dicas pelo concha-de-retalhos.blogspot.com
Semana que vem teremos um encontro com o chef Michel Vallandro. Dessa vez, o desafio serão os risotos. Delícia!
Meu companheiro de mesa, que acabei criando uma grande afinidade é o professor Luiz. Muito simpático e um grande apreciador da arte culinária. Por seus comentários ficou claro que é um grande conhecedor do assunto. Comentou sobre temperos e utensílios. Ah, que sonho ter uma panela de ferro fundido revestida!
Segundo o professor (que está quase se aposentando), cozinhar é a tarefa que lhe dá mais prazer e que pretende explorar ainda mais a sua habilidade.
Trocaremos receitas e dicas.
Repassarei a vocês, caros amigos!
Ele me indicou um livro de Paul Bocuse que logo quero investigar. Podem perceber que se trata de um grande mestre. Basta clicar em http://www.bocuse.fr/ Você pode conferir receitas preciosas do maior chef francês da atualidade, já pensou!  
Quero também me informar mais a respeito de Jamie Oliver:
http://www.jamieoliver.com/
Oliver teve um grande papel como defensor de uma refeição mais saudável e natural. Foi responsável por uma mudança substanciosa nas merendas escolares em seu país. Ele ensina a todos que mesmo na carência de produtos e conhecimentos, é possível sim, elaborar algo verdadeiramente mais puro e nutritivo. Ensinou nas escolas o valor do cultivo dos temperos, da plantação orgânica.
Fiquei pensando muito sobre isso. Deveríamos ter mais plantas em casa. Não tanto folhagens e flores, mas aquele tempero que você colhe fresquinho com tanto prazer no momento de uma preparação. Certamente, cultivar temperos e chás não é uma tarefa muito fácil. Eu continuo tentando. O nosso clima exige atenção, algumas vezes até diárias. E as viagens? Onde ficam?
Ainda bem que tem o Bourbon Ipiranga!
Na minha opinião é o mercado que possui uma maior variedade de produtos especiais. É claro que o nosso mercado público também tem suas maravilhas.       
Pesquisar também Laurent Suaudeau (chef da maior escola culinária de São Paulo):
http://www.laurent.com.br/
 É bem interessante acompanhar as últimas notícias pelo site de Laurent. Sempre tem algum artigo ou dica especial.
Ainda preciso treinar mais um pouco antes de pensar tão alto. Às vezes fico a refletir sobre isso. Não adianta nada fazermos um curso e aprender qualquer coisa fugidia. Temos que treinar, praticar, degustar. Só assim é que podemos realmente ampliar o aprendizado.
Bom apetite!