Paulo Vicente Konzen

O que é feito

O que é feito agora da nossa coragem?
Da nossa total insensibilidade
O que é feito agora de nós mesmos?
Dessa carranca na nossa cara
O que é feito dos nossos passos
Viraram pó frente ao infinito
Viraram nada frente ao magnânimo
O que é feito da nossa audácia?
Nada, viraram um nada
Diante desse novo tudo
Não viraram desgraça
Mas já também não há graça
Ah, o espaço do universo
Ah, a idéia do infinito
Ah, a idéia do holismo
Como isso nos afeta
O que é feito dos nossos defeitos?
Qual é o jeito de lidar com isso
Com nossos defeitos
Com nossas inquietudes
Com nossos passos tortuosos
Com nossos passos irriquietos
Com nossas perenes dúvidas
Com nossas incertezas certas
Com nossa vida incerta
Com nossas certezas incertas
Com nosso agora
Com nossa aflição
O que é feito de nós?
Da nossa humanidade?
Da nossa fragilidade?
O que é feito para atingirmos a tal felicidade?
Será suficiente?
Será elegante?
Será interessante?
O que é feito de tudo isso?

(Paulo Vicente Konzen)